07 março 2006

Conversa Célsica

Sinagoga, fim de tarde, início de noite...

- Shor Celso...
(Pausa)
- Shor Celso, desculpe lá...
(Pausa longa)
- Shor Celso... não queria interromper a sua conversa, mas...
(Pausa maçadoramente longa)
- Shor Celso, faz favor, era uma... (Shor Celso olha para a mesa, ameaça um movimento mas permanece sentado a conversar)
- Hmmm... Desculpe... Shor Celso!

Continua
ou não

4 comentários:

todonu disse...

Ora aqui está um belo texto, bem escrito sim senhor. Poucos o conseguiriam fazer, muito menos enquanto fazem o pino debaixo de água enquanto lhe fazem cócegas entre os dedos dos pés...
Hmmm... e cera? A bela cera otorrínica, sempre boa matéria-prima para velas de aniversário mas não para velas de cerimónia religiosa, não pode ter um papel activo nessa obliteração auditiva? Acho que a cera é pertinente... mais até que o falar mais alto. Lembra-te das palavras sábias de Raimundo, o Arrebatador proferidas após a célebre batalha de Alcafache, a qual venceu porque o seu adversário se esqueceu como combater após ver Raimundo a cavalgar todo nú e só de botas: Nem sempre o que berra é o mais ouvido. Mas aquele que cavalga todo nu e só de botas está na berra! E tem mais pinta... Além que surgiu neste momento a célebre expressão : "o rei vai nú". O tempo encarregou-se de apagar "e só de botas". E o quem tem tudo isto a ver com a audição do Celso? Tudo. Raimundo era Celsibero, Celso também. Raimundo partiu todo nú e só de botas para a batalha porque não ouviu sua esposa e escudeiro a avisá-lo da sua condição desnudada. Celso não me atende porque eu sou parente do escudeiro. Basta somar um mais um para perceber que quatro é o resultado errado e não devia ter faltado às aulas de matemática. O gosto do Celso por cavalos vem de Raimundo também. O bigode não. A cera é amiga do cotonete e da unha mindinha comprida. Fiz-me ouvir?

vidalinic disse...

Poizé... Em boa verdade vos digo, da audição não rezam os fracos; ou pensáveis que peregrinar até à santa senhora fazia milagres no íngreme pavio do círio auditivo. Com efeito não há Ireníade que trate aquilo que o tempo mais mitigou: a impossibilidade do berro, ainda que na certeza da berra. E se, ovelha que o faz, bocada que perde, manter-me-ei, meus amigos, manter-me-ei na continuada verborreia do santo assobio interdental, sereno e silencioso, ansiando pela chegada imperial da Sagres sem a espera de uma judaica ansiedade messiânica!!

Assim seja.

todonu disse...

O que é mímica linguística?

todonu disse...

Hmmmm... continuo com a mesma dúvida... o que é mímica linguística?