23 maio 2006

Calvário


Assim mesmo se define o festival da Eurovisão... Também é nome do senhor de aspecto cerúleo cujo primeiro nome difere do segundo por se chamar António e não José. Que por sinal também encantou na Eurovisão. E (nunca julguei vir a escrever estas palavras) que saudades tenho dessa carcaça!
Desde tempos imemoriais que somos assolados por estas invasões bárbaras mas nunca como esta última. Recordo a tons sépia o massacre anual a que eramos submetidos. O tema de abertura ainda hoje me provoca calafrios. Por vezes diarreia e alguns espasmos. Espumei uma vez, mas pouco.
Onde estão as letras funestas da eterna Rosa Lobato Faria? As composições fúnebres do maestro Carlos Wallenstein? Sem este dynamic-duo do cançonestismo luso sentimo-nos desamparados, incompletos...
Por Baco. Os Lordi são figurantes do Lord of the Rings. Só pode. As Nonstop do Cagney and Lacey. Ou talvez uma caixa humana de SPUR-M. O Lord Vader aparece não sei por que motivo. Quer a caixa de SPUR-M. O moço precisa por causa da fronha, apesar da voz sexy do Earl Jones. Conan O´Brien foi logo para a Finlandia para falar com os Lordi e, claro, com a Tarja, a presidente e sua sósia. Os Lordi deram uma de lordes e julgaram que a tarja era de apoio e ofereceram-na a Conan que por sua vez fez uma noitada nonstop com a tarja ao pescoço, bebendo Sagres Choppe quente e gritando que era uma coisa de nada... Depois atirei com o drunfo na sentina e voltei a mim. Estava a dançar na horizontal com uma peúga enquanto uma bota amuava diagonalmente a um canto. Esfreguei os olhos. Devo estar louco. Não era uma bota, mas uma chanata. Coisas de nada comparado com a fortuna que custou ao erário mandar as tristes alegrar o resto do planeta... Somos uns altruístas do catano.
Em suma, as Nonstop fizeram jus ao nome e não pararam de enterrar o País a cada televoto. "Coisas de Nada" era o tema. Bem escanhoado o título, sim senhor. Apesar de Coisa de Nada soar melhor e ser mais condizente com a brilhante participação.
Dos Lordi assinalo que o tema Hallelluija fez todo o sentido no final da performance. Parabéns... sempre que quiserem visitar o nosso País, o Zoo oferece a estadia.
Simone... Paulo de Carvalho... Calvário... e tantos outros... Unam-se e voltem (ou revoltem-se)! O País eurovisionista precisa de vocês. Ou então não. Fiquem aí... quietinhos. Isso.

Ora apreciem caros Celsiberos:

As ninas

Os ninos

Depois de visionar tais preciosidades estou por tudo. Acho que vou ali à Ferrão comprar um vinil do José Cid e ouvi-lo até sentir palpitações.

20 maio 2006

... e mais ...

digo:
Que dizer?

Caros Celciberos, sou eu.

Há alturas que a caspa acumula e da franja hirta apenas titubeamos [corpos,
Alvos de cabelos longos, pubis recheadas de estórias reprimidas.
Onde me encontro apenas a minha máscara desvenda
aves
cais
colorfull sunset behind.
Pendulando sobre os lençois suados,
O icone madressilva toma o sono de textura fina.
Humedeço.

PS: desculpem Celciberos Honrados. Nunca mais: termino hoje as minhas punhetas, estes gritos orgásmicos.

17 maio 2006

Onanismo

Este senhor deve tomar SPUR-M! Ou Thai.
A senhora foi grande. O senhor também foi grande. Só não sei o quê...




Já agora, não há por aí uma Joyce que satisfaça este desperado?

15 maio 2006

Distopia.

?:?h.
Sono.
Aventura?
Sonho.
Luz bate as encarpeladas chibatas em olhos doridos.
Cianos, cinzentos ou cianetos espremidos
Em lóbulos sexuais amarelados. Sexos
Tangerinais lambidos entre incestos,
Limões tomo, gaz sobre os sustenidos.

?:?+2h.
.

09 maio 2006

Sex Spam

Este post pode ferir sensibilidades. Ou criar problemas de visão. Particularmente a quem utiliza lentes fotogrey sem filtro UV.
De todos os email spam relacionados com "enlarge your penis" ou "increase your sex performance", que inundam as minhas email boxes este é provavelmente o mais cool de todos. Já não basta às senhoras, com nomes dignos de figurar no genérico de um qualquer filme porno de série B, tais como Lara Murillo, Annette Watkins ou Ros Blessing proporem uma rock hard erection que dure horas como steel. Não, agora as senhoras também querem que produza good amount of sperm como um autêntico porn star ou uma vaca da Lacticoop. Um aumento de 500% do sperm volume!!!! Meu Deus... 500%!!! Mas estão loucas?!?! 500%!?!?! Agora, para além de presentear a sua companhia, também pode passar a oferecer à vizinhança o excedente. Por certo que lhe vão agradecer calorosamente tal nobre gesto. Deve ajudar a emagrecer também. Bastante.
O orgasm parece ser brutal. Três vezes longer. Para além de seco, fica-se quase morto. Mas com um sorriso na cara.
O nome do produto é igualmente sonante e carismático: SPUR-M. Fica no ouvido. Em alguns casos, na meia ou mesmo no lençol. Há quem ache que faça bem à pele. E algumas se pelem por um good sperm.
Last but not least, quero é que estas senhoras se fuckem e deixem as minhas caixas de correio limpas.

-Icrease Your Sexual Desire and Sperm volume by 500%
-Longer orgasms - The longest most intense orgasms of your life
-Rock hard erections - Erections like steel
-Ejaculate like a porn star - Stronger ejaculation
-Multiple orgasms - Cum again and again
-SPUR-M is The Newest and The Safest Way of Pharmacy
-100% Natural and No Side Effects - in contrast to well-known brands.
-Experience three times longer orgasms
-World Wide shipping within 24 hours

08 maio 2006

A moedinha

Jub jub, caros Celsiberos. Após uma certa abstinência postiana devida a compromissos estabelecidos com reconhecidas marcas de cerveja e tremoço, fui subitamente acometido (termo com cariz sexual dúbio) por uma pungente necessidade de atacar um qualquer assunto mundano ou mesmo um crítico de arte. Ambas válidas opções, apesar de continuar a achar que usar cera no bigode está em desuso e que me esqueci onde pus o pente.
Adiante. Na busca lancinante que empreendi vi-me em locais recôndidos como o profícuo albergue de cerume de ouvido ressequido que é a alongada unha mindinha, viajei na meteórica catota "embolada" no trânsito citadino e perscutei o covil rectal onde a lantra se acumula por laxativa retenção anal. Desta enriquecedora viagem trouxe por lembrança uma mão cheia do nada que tanto nos preenche o vazio dos dias... Também um vison que não uso porque não combina com as minhas polainas...
Debruço-me então hoje sobre a catártica modalidade desportiva que podemos encontrar num qualquer tasco perto de nós... o jogo da moedinha.
Forças poderosas parecem emanar deste rito obscuro. Por vezes, alguns cheiros sulfatados ou mesmo sovaco de um anão de jardim. Hmmmm.
Por certo haverá campeonatos paralelos ao Campeonato do Mundo de Petanca, comentados ao melhor estilo por um qualquer Gabriel Alves de esquina. "Josevaldo Silva, 56 anos, três filhos emigrados na Suiça, cabelo grisalho bem aparado, lente fotogrey, mão calejada, em suma, um portento, único no estilo agressivo como joga!" Também imagino mulheres com seios abastados... mas é outra história. Os debates pós jogada surgem em catervas do mais fino recorte, como "Então vens de duas e pedes seis? Cum camandro, não sabes nada da poda! Se vens assim, pedes lonas, pá!" ou "Ora, se tens três e ele vem com uma eu digo quatro". E por aí atalham, num desfiar das mais espantosas teorias matemáticas, algumas delas conspirativas, se está tudo unido para tramar alguém, alguém que se tramou para unir tudo ou mesmo se o tramado é alguém do mesmo sexo se une de facto. A minha humilde opinião técnico-táctica sobre esta linda actividade, de calibre sensorial semelhante a um pós operatório, é que apenas serve para justificar um ou outro vaso de néctares fermentados. Daí concluir que é menos moroso e penoso para a assistência e participantes que se urre logo pela substância e se usem as moedas de jogo para esse honroso e digno fim...

O ícone de uma geração

Hoje falo-vos de um ícone que define a geração mais grisalha de Celsiberos que se arrasta pelas vias pedonais e seus albergues transitórios. Também de sexo. E como preencher o modelo 3.
Pelos bancos de jardim, balcões de instituições sociais, tascas e arrabaldes, por feiras semanais e à condução de "papa-reformas" podemos vislumbrar um espécime que, cedo ou tarde, estará condenado a desaparecer pela ditadura ocular "fashion" que nos reduz à chamada "diversidade dos iguais". Eu prefiro mesmo chamar esta rebanhada de "contraplacado social". Ou então dançar um pas-de-deux com um cabide ao som de orgão tubular.
Forçados a sermos cada vez mais iguais uns aos outros, estes espécimes em extinção são do mais puro sangue Celsibero. Mantém-se apegados a valores morais que não lhes permitem o abandono do ícone. É vê-los diariamente a ostentar orgulhosamente esta quase peça de relicário. Amigos, são eles a força que bomba o sangue que corre nas veias dos filhos desta tribo celsibera.
Quando estiver em presença de um tal espécime, pare um pouco e reflita. Pode mesmo fazer o pino ou preencher o modelo 3 em cirílico. Tocar oboé não está fora de questão.
Enquanto isso, lembre-se: urge mantê-los, acarinhá-los e mesmo alimentá-los... Cortar-lhes o cabelo uma vez por outra não é de menosprezar ou mesmo uma polidela no sapato.
Mas... que ícone ostensório é este? Que coisa é esta que define o Homem com C maiúsculo? Meus caros... falo apenas na inominável, mas ao mesmo tempo e dependendo (mesmo) de uma certa luz, carismática lente fotogrey e seu grisalho portador...

07 maio 2006

Coisa: Profundidade do Ser.

Outra Coisa trago a esta Mesa Celsibera.
Porque, e aclamo que me sigam, grito por ora, tomo a meta então: esta é a Ómega Mesa Celsibera.

A Coisa é a "profundidade". A profundidade maritima de cada um de nós. Digo (pelo verbo tomado de ilustres outros): o "Eu" não controla. Isto foi, então, fertilizado nas deveras profundezas das altas coisas.
Vou falar da nossa humilhação.
O Trio: Copernico, Darwin e Freud.
Copernico atribuiu ao homem a sua primeira «humilhação»: a espacial (permitam-me o niilismo).
Darwin atribuiu ao homem a sua segunda humilhação, a biológica: retirou-nos do pedestal divino, chamou-nos animais. Admitiu-nos, sim, racionais, mas animais-racionais.
A terceira é a psicológica: os olhos claros da consciencia, a navegação de livre vontade não são mais que belas ilusões.
Copérnico colocou o Homem na profundeza do vácuo. Retirou-lhe o capital assento, o pico da pirãmide. Darwin retirou-nos das aéreas posturas, colocou-nos nas profundezas da História.
A História (ou estória?) conta que fomos nasciturnos entre as águas mornas do tempo. Das efevercências temporais, aquelas bolhas místicas que exalavam do cerne terreno, do magma incandescente que era ao mesmo tempo Pai e Mãe, células dividiam-se, abraçavam-se em microcorpos esperançosos (diria que aquela foi então a época mais optimista da nossa História) e deles Homens foram acabados. Então a nossa existência resume-se a profundezas: míticas e misticas. A tartaruga dos Galápagos vivia na profundidade do conhecimento; veio à superficie: explodiu.
Deixem a água fluir, permitam-se ao mergulho,
desçam desçam desçam desçam desçam desçam
desç
des
d
.

Bela Coisa a profundidade, Caros Celsiberos.

06 maio 2006

Coisa e o Nada: irmandades.

Estou nesta mesa várzea.
Estou.
Ouço o titubear intermitente. As Coisas da terra, virginais, caem sobre o Nada. Em volta do Nada paredes se elevam, digo melhor, fronteiras pálidas crescem e o Nada torna-se Coisa, envolta por tudo que é Coisa-Coisa.
Ora: digo: o Nada é a Coisa-Nada.
Em volta floresce a Coisa-Coisa.
A para-Coisa é a probabilidade.

Daqui parto: sou o "Vigilante da Cancela" que sentindo o tran-tran fluir corta um férreo rio permitindo outro leito correr. Quero ser o Vigilante. A cancela, essa, surge húmida entre
as palavras,
as ideias,
as imagens,
os sentidos,
os paladares,
os olhares,
os,
as,
o,
a,
1,
0,
-1,
...
Sou o vigilante.
Quero rimar.
Quero soltar.

Celsiberos: as virgens coisas, esses estalidos calados, no silencio são ensurdecedores.
O beijo na cancela.

Abdel Sesar Im

82 balas e um bacamarte.

As Coisas são assim: cerejas terrestres que nos levam às x do dia a dia, sem loucura mas com desaforo... porque este General.. ora vamos lá... quem e que raio.. lamechices.. tou.. olhem lá:
Das balas disparadas, outras guerras a julgaram.
Ouve a feliz guerra das 117: esta foi a guerra das 82.
82, senhores!
82!
Naquela, o Zeca, discipulo longo, esse que dorme sobre a espuma da pólvora: ele presenciou aquela. O campo de batalha agostiniensse viu arrasados os guerreiros. Esse terreiro dos paços Celciberos, acolhe os querreiros em estágios longos.
Esta presenciei eu, tu, ora: nós.
Esta foi a guerra das 82 balas lançadas, pares de um bacamarte de Santar: ex-libris da armada.


Ainda tenho o cogumelo enterrado. Vejamos. Sachola em riste. Eu venho já.

04 maio 2006

Glossários essenciais: o folhetim avança!

Ora pois, vamos lá...

Da força das verdades exaltaram-se as almas! Os heróis de outrora mitificaram-se na genuinidade de vias sacras ardentes de devoção. Na verdade, os Celsiberos perduraram nos tempos, legitimados pela acção de grandes heróis que lutaram lado a lado pela sobrevivência de hábitos e de costumes.

Serão de lembrar os feitos pertinazes de tantas alvoradas em busca de mantimentos para os elementos mais fragilizados da tribo, serenados apenas pela chefia mítica de almocreves como Zé das Merendas ou Serafim, Nis desta terra que, longe da serenidade de pastagens tranquilas, se depararam sempre com hostes celsiberas sedentas pelos combates travados contra sagrinianos, lawnsianos ou mesmo jamesianos.

Na verdade, estes portos de abrigo desde cedo conheceram a dedicação deste olímpico povo que, dia após dia, insistia no combate. Ainda hoje se vão encontrando feitos de manifesta bravura...

Contam as crónicas mais recentes que aventuras gigantescas se passaram no castelo das Torres do Eita, onde, nem a força, nem o preço das munições impediram estes indígenas do mundo de insistentemente avançar contra quilolitros de desafios hercúleos. A mais recente das caminhadas calváricas é bem disso prova, não fosse o avançar da hora e o enevoado dos olhares turvados pelo esforço da batalha e ainda agora continuariam em combate cerrado, não olhando a feridas ou a contrariedades funestas.

Ao grande general Abdel só poderá soar a trombeta dos alados agradecimentos pela forma como liderou a cavalaria nessa matança tresloucada que marcará para sempre todos os celsiberos sobreviventes. Aos feridos resta uma humilde vénia pelos passos trémulos que, ainda assim, deram exemplo de esforçado valor!

Possa esta crónica ser um registo singelo de tão memorável episódio.

02 maio 2006

O Thai... combustivel das Coisas.


Eles são dias que o ânimo nos move, outros serão que outra coisa nos moverá. Eu falo das coisas. Coisas. Caspas ou cotões. Este Thai move quem? "Ui", resposta rurgirá.
Parece-me sermos todos Celciberos. Pela idade, pela postura, pelas ideias, pelos amigos, pelos todos nós temos - ou são pêlos? -, por nós.
Entro no forum das coisas e penso se... o Cogumelo.

Amanhã volto com a raiz: desenterro-a portanto.