08 junho 2007

O AUTOCLISMO III




Após a reflexão sobre a sentina, iniciada na tasca de mestre Pôpa, decidi aprofundar o tema, o qual julgo de interesse público. Isso e o facto de gostar de usar polainas por baixo das meias. Prossigamos. O vaso, ou trono para muitos, é sem dúvida a peça de louça mais carismática e útil existente numa casa. Muitas horas se passam numa vida, sentado qual Rei, na cadeira real. Daí a expressão Real Cagada. Decisões foram tomadas neste plácido assento, no isolamento da privada, algumas das quais ainda emanam odores. Casos como o de Bush e a invasão do Iraque e, entre nós, a contratação de Moretto por LF Vieira.
Este espécime que vos mostro é, sem dúvida, paradigmático da emanação de odores que afectaram os proprietários de um estaminé das muralhas de Beja. Ora bem, o espaço do café até é apresentável, asseado e de gosto tipicamente luso. Balcão de fórmica, espelho atrás das prateleiras pejadas de garrafas de clássicos como Croft, Macieira ou licor de Bolota. Até aí tudo em ordem, mas quando nos deslocamos à privada tudo muda de figura. Imaginem, pela manhã, em pleno autocarro, um tipo de cuecas às riscas e camisa aos quadradinhos. Algo não bate bem. Claro, as riscas não combinam com quadrados. O mesmo se passa em relação ao estaminé e a privada. É como se ao atravessar a porta de vai-vem passassemos para um outro mundo, como se recuassemos umas centenas de anos. Pelo menos o cheiro nauseabundo parece ser da altura da fundação de Beja.
O aspecto do vaso é o que se vê. Inspirado certamente no "fecocoró" magrebino, mas com um toque de modernidade "sanijato". É pena não ser possível os caríssimos cheirarem...

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