06 maio 2006

Coisa e o Nada: irmandades.

Estou nesta mesa várzea.
Estou.
Ouço o titubear intermitente. As Coisas da terra, virginais, caem sobre o Nada. Em volta do Nada paredes se elevam, digo melhor, fronteiras pálidas crescem e o Nada torna-se Coisa, envolta por tudo que é Coisa-Coisa.
Ora: digo: o Nada é a Coisa-Nada.
Em volta floresce a Coisa-Coisa.
A para-Coisa é a probabilidade.

Daqui parto: sou o "Vigilante da Cancela" que sentindo o tran-tran fluir corta um férreo rio permitindo outro leito correr. Quero ser o Vigilante. A cancela, essa, surge húmida entre
as palavras,
as ideias,
as imagens,
os sentidos,
os paladares,
os olhares,
os,
as,
o,
a,
1,
0,
-1,
...
Sou o vigilante.
Quero rimar.
Quero soltar.

Celsiberos: as virgens coisas, esses estalidos calados, no silencio são ensurdecedores.
O beijo na cancela.

Abdel Sesar Im

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