07 maio 2006

Coisa: Profundidade do Ser.

Outra Coisa trago a esta Mesa Celsibera.
Porque, e aclamo que me sigam, grito por ora, tomo a meta então: esta é a Ómega Mesa Celsibera.

A Coisa é a "profundidade". A profundidade maritima de cada um de nós. Digo (pelo verbo tomado de ilustres outros): o "Eu" não controla. Isto foi, então, fertilizado nas deveras profundezas das altas coisas.
Vou falar da nossa humilhação.
O Trio: Copernico, Darwin e Freud.
Copernico atribuiu ao homem a sua primeira «humilhação»: a espacial (permitam-me o niilismo).
Darwin atribuiu ao homem a sua segunda humilhação, a biológica: retirou-nos do pedestal divino, chamou-nos animais. Admitiu-nos, sim, racionais, mas animais-racionais.
A terceira é a psicológica: os olhos claros da consciencia, a navegação de livre vontade não são mais que belas ilusões.
Copérnico colocou o Homem na profundeza do vácuo. Retirou-lhe o capital assento, o pico da pirãmide. Darwin retirou-nos das aéreas posturas, colocou-nos nas profundezas da História.
A História (ou estória?) conta que fomos nasciturnos entre as águas mornas do tempo. Das efevercências temporais, aquelas bolhas místicas que exalavam do cerne terreno, do magma incandescente que era ao mesmo tempo Pai e Mãe, células dividiam-se, abraçavam-se em microcorpos esperançosos (diria que aquela foi então a época mais optimista da nossa História) e deles Homens foram acabados. Então a nossa existência resume-se a profundezas: míticas e misticas. A tartaruga dos Galápagos vivia na profundidade do conhecimento; veio à superficie: explodiu.
Deixem a água fluir, permitam-se ao mergulho,
desçam desçam desçam desçam desçam desçam
desç
des
d
.

Bela Coisa a profundidade, Caros Celsiberos.

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