08 maio 2006

A moedinha

Jub jub, caros Celsiberos. Após uma certa abstinência postiana devida a compromissos estabelecidos com reconhecidas marcas de cerveja e tremoço, fui subitamente acometido (termo com cariz sexual dúbio) por uma pungente necessidade de atacar um qualquer assunto mundano ou mesmo um crítico de arte. Ambas válidas opções, apesar de continuar a achar que usar cera no bigode está em desuso e que me esqueci onde pus o pente.
Adiante. Na busca lancinante que empreendi vi-me em locais recôndidos como o profícuo albergue de cerume de ouvido ressequido que é a alongada unha mindinha, viajei na meteórica catota "embolada" no trânsito citadino e perscutei o covil rectal onde a lantra se acumula por laxativa retenção anal. Desta enriquecedora viagem trouxe por lembrança uma mão cheia do nada que tanto nos preenche o vazio dos dias... Também um vison que não uso porque não combina com as minhas polainas...
Debruço-me então hoje sobre a catártica modalidade desportiva que podemos encontrar num qualquer tasco perto de nós... o jogo da moedinha.
Forças poderosas parecem emanar deste rito obscuro. Por vezes, alguns cheiros sulfatados ou mesmo sovaco de um anão de jardim. Hmmmm.
Por certo haverá campeonatos paralelos ao Campeonato do Mundo de Petanca, comentados ao melhor estilo por um qualquer Gabriel Alves de esquina. "Josevaldo Silva, 56 anos, três filhos emigrados na Suiça, cabelo grisalho bem aparado, lente fotogrey, mão calejada, em suma, um portento, único no estilo agressivo como joga!" Também imagino mulheres com seios abastados... mas é outra história. Os debates pós jogada surgem em catervas do mais fino recorte, como "Então vens de duas e pedes seis? Cum camandro, não sabes nada da poda! Se vens assim, pedes lonas, pá!" ou "Ora, se tens três e ele vem com uma eu digo quatro". E por aí atalham, num desfiar das mais espantosas teorias matemáticas, algumas delas conspirativas, se está tudo unido para tramar alguém, alguém que se tramou para unir tudo ou mesmo se o tramado é alguém do mesmo sexo se une de facto. A minha humilde opinião técnico-táctica sobre esta linda actividade, de calibre sensorial semelhante a um pós operatório, é que apenas serve para justificar um ou outro vaso de néctares fermentados. Daí concluir que é menos moroso e penoso para a assistência e participantes que se urre logo pela substância e se usem as moedas de jogo para esse honroso e digno fim...

4 comentários:

Anónimo disse...

eu já pedi "lonas" e trazia duas moedas!!! e depois???

era bluff

todonu disse...

bluff é o jogo em si

Abdel Sesar Im disse...

hã?

todonu disse...

General Abdel... largue o thai, por piedade!